sexta-feira, 21 de março de 2014

ROBOCOP PENSANTE

Quando pensamos no filme ROBOCOP imaginamos o que: ação,violência,tiros,sangue...
Inobstante a isso, o diretor brasileiro José Padilha ( Tropa de Elite 1 e 2) nos traz um relato metafísico/político muito bem construído, sobretudo no que tange às condições não muito favoráveis de gravar-se em Hollywood, aonde um filme Autoral, o dito filme cabeça, cult, àquele que traz à tona questões existenciais importantes não encontra respaldo por parte dos grandes estúdios. Ou seja, o diretor viu-se de mãos atadas, com uma margem muito pequena de atuação, pois caso contrário o filme não conseguiria ser bancado financeiramente.

O longa apresenta boa trilha sonora, faz questionamentos empíricos/metafísicos essenciais, como no caso da dualidade corpo/mente, sobre a realidade, sobre o que nos faz seres humanos na acepção máxima da palavra. O determinismo e naturalismo, aonde o homem modifica-se em decorrência do ambiente aonde é criado é trazido à baila, ainda que de forma discreta e pouco aprofundada. Mas isso não é uma crítica, qual o filme de ação/heróis extraídos dos quadrinhos que traz qualquer tipo de questionamento, o qual ultrapasse o clichê dualismo/antagonismo bem/mal, vilão/mocinho, ou o já mais que batida disputa por poder e pelo controle do mundo, aonde os EUA são sempre colocados como o centro do Universo?

É, Padilha inovou, e o filme possui,também, boas cenas de ação. As cenas em que ROBOCOP aparece com o que restou de seu organismo, é impagável. O filme peca em alguns aspectos, é um pouco longo, um pouco monótono, dá voltas sobre si mesmo, é redundante, contudo é bom filme e que superou minhas expectivas.

Que sirva de exemplo para outros filmes do gênero, contudo impera na indústria cinematográfica americana a cultura do massificado, do mastigado, do descerebrado.

BELO FILME DO ROBOCOP BRASILEIRO.


NOTA:
7,5

ESTRELAS:
*** (BOM)

OS 300 DE ESPARTA OU DE HOLLYWOOD

Assisti à continuação, nos cinemas, do bom filme 300, outrora estrelado por Gerard Butler. Cheguei à sala de cinema eivado de boas expectativas, pois o longa teria tudo para prosperar após o sucesso retumbante de crítica e público do 1º filme.

Contudo, este novo filme é pequeno demais diante das pretensões que apresenta. Primeiramente, os protagonistas carecem de maior empatia, em que pese a boa atuação no papel da vilã de Eva Green(007 Cassino Royale), segundo que a história aqui narrada não tem peso, não tem contundência, transformou-se num arremedo de batalhas sangrentas, aonde ocorre o desfile de corpos viris e musculosos.

É um autêntico blockbuster americano, aonde o cinema autoral perde espaço a cada dia, em detrimento de filmes que buscam atingir o grande público, não fazendo qualquer tipo de distinção de ordem intelectual, idade, gênero... Os filmes procuram abarcar o maior número de espectadores possível, pois o objetivo final é a aferição maciça de lucro, sem que o enredo seja trabalhado de forma inteligente.

O resultado final é uma obra pouco cativante.


NOTA 5,0



ESTRELAS
** (REGULAR)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SIMPLESMENTE DENZEL WASHINGTON

Assisti ao bom filme O Voo, em cartaz no circuito de cinemas nacional, estrelado por Denzel Washington.
O filme conta a história de um piloto de aeronaves, papel interpetrado por Denzel, o qual se depara com uma grave falha mecânica em voo, e precisa realizar uma manobra arrojada e insólita para salvar ou ao menos minimizar uma queda fatal iminente. O grande problema é que o protagonista estava ébrio quando do momento do acontecimento e em uma fração de segundos pode passar de herói à vilão. Na sequência, nos deparamos com um grande drama pessoal do protagonista, assolado em profunda depressão e entregue aos prazeres insidiosos e efêmeros das drogas e do álcool.
A trama assume contornos épicos em seu prólogo, dando indicativos de que seria um filme grandioso. No entanto, a história perde fôlego em sua metade e como um boxeador trôpego que acumula forças inesperadas no final de uma luta, o filme surpreende em seu final e faz valer o ingresso pago na bilheteria.
Um filme intimista, que pouco preso é verdade, mas que cativa o espectador com um drama pessoal bastante contundente e complexo. A atuação de Denzel é grandiosa, e mais uma vez, Denzel Washington provou porque é simplesmente Denzel Washington.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

DELÍRIO DELIRANTE

A Arena Porto-Alegrense é uma maravilha da modernidade, estádio amplo, confortável,um moderno complexo multiuso padrão FIFA. Todavia, detrás de um dos gols existe um espaço projetado para as pessoas torcerem de pé e que comporta um espaço popular, com ingressos sendo vendidos em custo menor. Contudo, a desastrada avalanche não chega a ser surpresa, pois a barra de sustenção dos torcedores projetada para o local foi mal concebida e engendrada. O erro está na concepção de um estádio padrão europeu mas que comporta torcedores latinos, e com perfil castelhanizado. O Grêmio tornou-se refém de empreiteira baiana OAS e dos órgãos fiscalizadores que compõem o Poder Público. A suposta exigência da colocação de cadeiras no setor gera flagrante quebra de isonomia, ferindo assim o Estatuto do Torcedor e demais legislações pertinentes. Com a imposição da colocação de cadeiras na integralidade nos estádios teríamos de paralizar o campeonato gaúcho, pois os nossos estádios não comportam cadeiras em sua plenitude. Ou a regra tão somente é válida para novos estádios? Isso seria uma demasia e um exagero sem precedentes, além de ser uma medida manifestamente ilegal, pois não existe nenhum regramento de âmbito nacional que faça esse tipo de exigência. Estamos nos deparando com atitudes que beiram ao stalinisno e nazismo por parte do Governo do Estado do RS, através de seu líder(Tarso Genro), do Secretário de SSP(Airton Michels) e do comandante da BM(coronel Alfeu). Agravada a situação pelos erros atrozes cometidos no caso Santa Maria, o espaço para discussões afunilou-se e impera o autoritarismo. Não existe nenhum risco à incolumidade das pessoas no ato de torcer em pé, no Olímpíco a avalanche é realizada há mais de 10 anos, não sendo registrado nenhum caso de maior gravidade. A colocação das chamadas barras antiesmagamento, largamente utilizadas nos estádios sul-americanos, é a solução lógica mais coerente, pois impediria o movimento de avalanche, mantendo a festa, irreverência, jeito de torcer do povo gremista. Não podemos cair no erro da elitização do futebol, até porque vamos nos deparar com o seguinte cenário: estádio vazio e portanto menos auferição de lucros. A renda per capita gaúcha não permite estádios abarrotados intermitentemente sob os preços observados atualmente. Portanto, segurança sim, cadeiras não. Endosso os argumentos utilizados pela Torcida Geral do Grêmio, torcida esta que figura entre as 10 mais criativas do mundo, e clamo pela preponderância do bom-senso.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Especial Ingmar Bergman

O canal pago TCM iniciou ontem a transmissão de uma série de filmes do clássico diretor sueco Ingmar Bergman (1918-2007). Em breve passarei à resenha e crítica dos filmes: O Sétimo Selo, Morangos Silvestres e o Ovo da Serpente. Atenção especial ao filme O Sétimo Selo, este considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.

Immortals (Imortais) - 2011

O filme Imortais, mais nova aposta dos produtores de 300, mostrou-se ser uma rotunda decepção. Seguindo a trilha de outros títulos do gênero como Tróia, Duelo de Titãs e Alexandre, a produção aposta em uma aventura mitológica, cujo personagem principal, o herói grego Teseu (Henry Cavill) comanda seu exército diante da hoste comandada pelo pérfido Rei Hipérion ( Mickey Rourke).
A produção destaca o mortal Teseu, herói escolhido por Zeus para liderar o exército grego diante das hordas comandadas pelo Rei Hipérion, o qual declarara guerra contra toda a humanidade e liberta os Titãs para atingir seu objetivo.
A trama inicia com algum fôlego, destacando-se as belas paisagens( criadas em computador) às margens do Monte Tártaro, todavia a trama esbarra logo de pronto em seu protagonista, Henry Cavill, o qual estrelará o próximo Super-Homem, que não consegue transmitir nenhuma empatia ao espectador, fazendo caras e bocas numa espécie de Don Juan grego. Seu antagonista,o rei Hipérion, é interpretado com maestria pelo ótimo Mickey Rourke, o qual consegue transmitir toda a insídia e perfídia de um líder bonachão e sedento por glória e poder.
Á medida que avança, a trama assume ares infantiloides, destacando-se a representação caricata dos deuses do Monte Olimpo, e o que dizer da legendária figura do Minotauro, esta totalmente deturpada e dos Titãs, estes representados como ninjas muito bem treinados.
O filme peca ao representar de forma tão débil a tão rica e grandiosa mitologia grega, salvam-se algumas boas cenas de combate e a excelente representação gráfica da Grécia Antiga, mas paramos por aí. A obra que teria tudo para transformar-se em um bom épico, cai na vala comum e não consegue decolar.

Minha nota: 5,0                     Nota do IMDB: 6,5

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CBF emascula o futebol brasileiro

O principal campeonato de futebol do Brasil terminou no início de dezembro. Mais uma vez, o torneio atrelado a uma fórmula broxante e sem graça, terminou de forma melancólica. A derradeira rodada, da qual esperava-se muita emoção, mostrou àquilo que a CBF tem conseguido com primazia nos últimos anos: emascular, mitigar, diminuir, apequenar o futebol brasileiro. Os clássicos regionais, transferidos para a rodada final, mostraram equipes atuando sem nenhum interesse na competição, torcidas desmotivadas mesmo tendo o tradicional rival como oponente. O que se viu foram equipes disputando clássicos em ritmo de férias. É inconcebível um campeonato que não possua uma final, com duas equipes jogando à vida ou à morte. Até quando o Sr Ricardo Teixeira e seus cartolas continuarão defendendo os interesses dos clubes do eixo Rio-SP, estes detentores de maior potencial econômico, em detrimento de eixos menos aquinhoados, mas não menos tradicionais e vencedores? Hoje, a turma do André Sanches manda e desmanda no futebol brasileiro, inclusive promovendo a construção de um estádio (Itaquerão) com o uso de recursos públicos, inclusive sabendo-se da participação do ex-presidente Lula.
O predomínio do eixo Rio-SP tende a aumentar daqui pra frente, esta é a lógica natural das coisas. Ao promover o desmantelamento do clube dos 13, antigamente sob a batuta de Fábio Koff, o eixo comandado por Sanches consegue fazer prevalecer seus escusos interesses, relacionados à construção de estádios superfaturados para a Copa do Mundo de 2014 e ,evidentemente, de uma parceria com a Rede Globo, a qual injeta valores megalomaníacos sobretudo em Corinthians e Flamengo. Os valores recebidos como cota de Televisão aumentaram para todos, mas proporcionalmente criam um abismo de valores incontornável para os clubes de fora do eixo. O futebol brasileiro cresce sob corrupção, sob fórmulas criadas para favorecer certos clubes e sob mera politicagem.
Mas não bastava isso, anuncia-se uma Copa do Brasil 2013, com 80 equipes, sendo disputada concomitantemente ao Campeonato Brasileiro e à Copa Sul-Americana, o que irá provocar o esvaziamento da segunda maior competição continental. Há muita coisa errada no futebol brasileiro, mas tenho absoluta convicção de que não conseguirão nos calar, anseio pelo retorno do Grêmio da década de 90, forte, aguerrido e bravo, um exército de ferro que patrolava seus adversários, para desespero daqueles que comandam o futebol tupiniquim. Pelo retorno do Grêmio uruguaio e castelhano.